Acho que o nosso problema, que sinceramente nunca considerei um problema, é termos começado demasiado cedo. Não sei qual foi a pressa, mas arrastamo-nos para uma encruzilhada, que nem hoje sabemos por onde sair. Ou se calhar não queremos sair. Bem, não sei. Ou se calhar sei e não o quero admitir. Não quero admitir que isto, isto que é a nossa relação, é uma boa e muito complicada encruzilhada. E eu não quero sair dela. Quero ficar aqui. Quero dar muitas voltas, numa tentativa de fingir que quero sair; mas na verdade não quero. E toda a gente sabe disso, e eu sei disso. Tu é que não te decides e isso tira-me do sério. A sério que tira. Quando estás prestes a descobrir uma saída, voltas cá para o meio. E eu: fodasse. Mais uma vez, caio nos teus braços. É mais forte do que eu. O meu sentimento por ti, o meu amor grande, gigante, gigantesco, é mais forte do que eu. E eu tenho de aprender a ser mais forte. Ou para te deixar sair, ou para eu sair. Porque o problema reside aqui: tu queres sair desta encruzilhada, ou queres-te encruzilhar comigo?